A bondade e a maldade, assim como a perfeição, existem apenas em nossos
ideais, sonhos, desejos. Na vida real o que existem são escolhas.
Podemos ser bons ou ser maus de acordo com a orientação que dermos às
nossas ações e pensamentos. Podemos errar até quando temos a boa
intenção de acertar, e para isso existem os pedidos de desculpas.
A compreensão dessas nossas limitações, ou talvez características
humanas, deveria servir para levarmos uma vida mais leve, sem tantas
cobranças e culpas, sem julgar tanto aos erros dos outros e aos nossos
próprios. O que não significa negligenciar com os erros, mas sermos
menos exigentes com a vida, aprendendo o valor de nos perdoar e perdoar
aos demais. E mais. Reconhecer nossas limitações e aprender a perdoar
não significa tolerar falsidades, traições, maldades, devendo aprender a
nos defender de situações que nos causem danos e de pessoas que
escolheram fazer o mal em vez do bem!
E quando nossas escolhas
erradas infligirem as leis, a saúde, a paz, arrepender-se e pedir perdão
são boas medidas, mas podem não bastar. É preciso também reparar os
danos que causamos e nos esforçar concretamente e não só com promessas
para remover o que atrapalha as boas relações conosco e com os outros.
Em
diversos temas trabalhados em sala de aula, existe certo destaque a
determinados personagens históricos que atuaram constantemente em algum
processo. Consequentemente, alguns alunos despertam seu interesse em
saber um pouco mais sobre alguns indivíduos que parecem ter sido
imprescindíveis para que uma revolução, guerra ou conquista tivesse sido
possível. Sem dúvida, podemos perceber nesse tipo de situação uma forma
de despertar o interesse da classe para o conteúdo.
Contudo,
existem algumas outras implicações bem mais problemáticas sobre o
interesse em personagens como Ernesto Che Guevara, Napoleão Bonaparte,
Lênin ou Alexandre, O Grande. Os próprios alunos, o professor ou, até
mesmo, os livros didáticos estabelecem certo tipo de ênfase capaz de
“heroicizar” ou “demonizar” determinadas indivíduos do passado. Tal
exercício, apesar de instigante, acaba em um julgamento de figuras que
simplesmente não compreenderiam nossos valores e idéias.
Caio Pistoresi nº 4
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