segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A bondade e a maldade, assim como a perfeição, existem apenas em nossos ideais, sonhos, desejos. Na vida real o que existem são escolhas. Podemos ser bons ou ser maus de acordo com a orientação que dermos às nossas ações e pensamentos. Podemos errar até quando temos a boa intenção de acertar, e para isso existem os pedidos de desculpas.

A compreensão dessas nossas limitações, ou talvez características humanas, deveria servir para levarmos uma vida mais leve, sem tantas cobranças e culpas, sem julgar tanto aos erros dos outros e aos nossos próprios. O que não significa negligenciar com os erros, mas sermos menos exigentes com a vida, aprendendo o valor de nos perdoar e perdoar aos demais. E mais. Reconhecer nossas limitações e aprender a perdoar não significa tolerar falsidades, traições, maldades, devendo aprender a nos defender de situações que nos causem danos e de pessoas que escolheram fazer o mal em vez do bem!


E quando nossas escolhas erradas infligirem as leis, a saúde, a paz, arrepender-se e pedir perdão são boas medidas, mas podem não bastar. É preciso também reparar os danos que causamos e nos esforçar concretamente e não só com promessas para remover o que atrapalha as boas relações conosco e com os outros.


Em diversos temas trabalhados em sala de aula, existe certo destaque a determinados personagens históricos que atuaram constantemente em algum processo. Consequentemente, alguns alunos despertam seu interesse em saber um pouco mais sobre alguns indivíduos que parecem ter sido imprescindíveis para que uma revolução, guerra ou conquista tivesse sido possível. Sem dúvida, podemos perceber nesse tipo de situação uma forma de despertar o interesse da classe para o conteúdo.

Contudo, existem algumas outras implicações bem mais problemáticas sobre o interesse em personagens como Ernesto Che Guevara, Napoleão Bonaparte, Lênin ou Alexandre, O Grande. Os próprios alunos, o professor ou, até mesmo, os livros didáticos estabelecem certo tipo de ênfase capaz de “heroicizar” ou “demonizar” determinadas indivíduos do passado. Tal exercício, apesar de instigante, acaba em um julgamento de figuras que simplesmente não compreenderiam nossos valores e idéias.


Caio Pistoresi nº 4

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